Violência contra o povo em Brasília

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Vandalismo é o que este governo tem praticado contra o povo brasileiro!

Não aceitaremos atos de barbárie e vandalismo, diz o governo. Acontece que os maiores atos de vandalismo e barbárie foram cometidos pela polícia a mando deste governo corrupto. Ou será que atacar o povo com armas letais, avançar a cavalaria sobre nós trabalhadores, nos bombardear com bombas de efeito moral – com que moral? –, de gás lacrimogênio, que nos fizeram chorar, gás de pimenta, balas de borracha e cassetetes não se traduzem como atos de violência e selvageria???

A caminhada até o ponto marcado para o encontro das Centrais foi pacífica, com todas as cores resplandecendo sob a luz do planalto, iluminando e transbordando de esperança nossa alma, na expectativa por uma manifestação pacífica, apesar do aparato presente.
É importante destacar que antes do início do ataque desta polícia insana e covarde, nenhum patrimônio foi tocado. Imediatamente à nossa chegada, os policiais, serviçais da ditadura de Temer e sua corja, começaram seu ataque mandando bombas que voavam de todos os lados, inclusive caiam dos helicópteros, sobre todos os manifestantes encurralados de forma irresponsável.

Apesar de todos os apelos de líderes sindicais e parlamentares para que parassem de atacar o povo, o ataque permaneceu e cada vez mais intenso, antes mesmo que todos os manifestantes conseguissem chegar nas proximidades do Congresso, onde tudo aconteceu.

Confesso que minha raiva quase me cegou, mas o meu instinto de sobrevivência falou mais alto. Covardia??? Pode ser, mas não tenho mais o vigor daquela garota que lutou nos anos setenta.

Um coronel da PM apontou uma arma para a cabeça do diretor da Pública, Amauri Perusso, e este ao se virar de costas foi fortemente chutado por ele na panturrilha, que o impediu de continuar a caminhar. Ele apenas se dirigiu ao coronel para pedir que eles parassem de atirar bombas contra nós que não oferecíamos nenhum risco à segurança.
Temos um colega, Carlos Geovani Cirilo da ASTHEMG/SINDPROS-MG, filiado à UGT-MG, em estado grave por ter sido atingido por uma bala “perdida” que todos vimos, nas imagens mostradas nas televisões, de onde vieram.

Isto foi o que vivemos ontem, não o que vimos pela televisão, eu e vários companheiros do ATENS e de outros sindicatos que compõem a Pública Central do Servidor e as demais centrais.

Reviver a ditadura, sentir o cheiro putrefato das bombas, me fazem chorar novamente por mim e por todo o povo brasileiro. É uma grande tortura psicológica e emocional! Resistir é preciso!!

Rosário de Oliveira
Diretora Presidente do ATENS