Causa profundo estarrecimento e indignação a notícia que chega de Natal relatando a barbárie ocorrida na Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN), quando professores e servidores da instituição foram agredidos pela Polícia Militar local durante uma ocupação pacífica em protesto contra atrasos salariais.
Ao invés da negociação, o Governo do Rio Grande do Norte preferiu a força. Ao invés de enviar representantes da Secretaria de Planejamento e Finanças para dialogar com os grevistas, enviou a Tropa de Choque da PM. Que se valeu dos métodos que conhece: gás de pimenta, bombas de efeito moral e truculência. Como se estivesse lidando com uma horda de criminosos, e não mulheres e homens que dedicam suas vidas em prol da educação.
Afinal, qual o crime cometido pelos servidores? Ora, tiveram o “topete” de cobrar do governo que estabelecesse um calendário fixo de pagamento para os funcionários públicos, que há 22 meses recebe seus salários com atraso. Ou seja, pediam tão somente organização. Planejamento. Por conta disso, foram brutalmente atacados.
No período em que a educação superior pública mais tem sido atacada no Brasil, com o total esfacelamento de nossas universidades federais, é lamentável percebermos que o descaso com nossas instituições de ensino e com aqueles que as constroem diariamente não é prerrogativa do governo federal. Não podemos mais aceitar esse comportamento autoritário e tirânico, que só contribui para aumentar a crise institucional pela qual passa o Estado brasileiro.
O ATENS SN se solidariza com os professores e servidores da UERN e manifesta seu total repúdio ao governo do Rio Grande do Norte e se coloca de prontidão para tomar parte nessa peleja que não se restringe aos funcionários públicos, mas é de todos os brasileiros.
