A alta comissária da Organização das Nações Unidas (ONU) para Direitos Humanos, a sul-africana Navi Pillay, afirmou hoje (2) em Genebra, Suíça, que o Brasil precisa rever a Lei da Anistia, de 1979, e que sua manutenção é um “obstáculo” para que se faça justiça no Brasil, segundo informações do site do jornal O Estado de S. Paulo.
Movimentos de direitos de cidadania lutam vários anos no Brasil para que a lei seja revista, já que ela impede o julgamento e a punição dos criminosos da ditadura no Brasil (1964-1985) – os agentes da repressão que torturam, mataram e foram responsáveis pelo desaparecimento de pessoas que combatiam o regime na arena política ou na resistência armada.
“A lei é um obstáculo para que a Justiça seja feita às famílias”, disse Pillay. Ela considera a criação da Comissão Nacional da Verdade (CNV) “um importante passo inicial”. Mas alerta que o grupo precisa de “mais apoio” para realizar seu trabalho.
Para ela, o trabalho em busca da reparação histórica não pode e limitar à CNV. “Ele não substitui uma investigação. Casos precisam ser tratados pela Justiça”, declarou.
Ela também criticou o “excesso” de violência da polícia em reação às manifestações ocorridas no Brasil a partir de junho. “Vimos centenas de feridos”, declarou. Falou ainda sobre o impacto das obras de infraestrutura para a Copa de 2014 e as Olimpíadas em 2016, sobretudo em relação às desapropriações.
Fonte: Rede Brasil Atual