28 de outubro – Muito a resistir

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O serviço público vivencia sua pior fase de ameaças por parte do Governo Federal que, a cada dia, avança mais fortemente sobre o país sua agenda de estado mínimo.

Todas as lutas que enfrentamos, e que continuamos a enfrentar, da oposição à austeridade, à rejeição da precarização e à supressão de direitos, nos exigem muita união aos demais sindicatos e coletivos sociais.

Nos últimos tempos, tivemos os investimentos em saúde, educação, segurança e demais políticas públicas congeladas por 20 anos; a aprovação da terceirização, que precarizou ainda mais o serviço público, e a Reforma Trabalhista, que destruiu a CLT.

A Reforma da Previdência, que teve seu texto-base aprovado em segundo turno pelo senado, na semana passada, foi um dos mais duros golpes contra os trabalhadores brasileiros, que agora serão forçados a trabalhar até morrer — tudo em nome de uma política neoliberal que coloca a conta da corrupção, da má administração dos governantes e a financeirização do capitalismo nas costas dos trabalhadores.

O próximo ataque virá com a Reforma Administrativa, que visa acabar com carreiras, reduzir salários, terceirizar postos de trabalho e o fim da estabilidade em diversos cargos. Se aprovada, os servidores estarão sujeitos à perseguição em suas lutas políticas e sindicais contra governos das três esferas. Além de colocar os servidores em situação de instabilidade, o governo também estuda a criação do “servidor por tempo determinado”, com contratos de tempo limitado.

Tudo isso contribui para que, cada vez mais, o serviço público seja precarizado e o cidadão comum – que paga seus impostos e quer retorno urgente às suas necessidades — acredite na falácia de que a culpa, na verdade, é do servidor que ganha muito, não trabalha e não pode ser demitido. Não percebe que, realmente, o que faz com que a qualidade do serviço público diminua é seu sucateamento, os cortes e contingenciamentos orçamentários e os ataques descabidos aos servidores que, mesmo com todos os percalços, busca cumprir seu papel da melhor maneira para atender bem à sociedade. A nossa tarefa continua sendo a mobilização contínua dos trabalhadores e a defesa ativa do serviço público. Mesmo em meio a esse turbilhão de hostilidades, permaneceremos firmes e unidos para barrar estes ataques, para esclarecer a população sobre os riscos que seus direitos correm e as consequências destas eminentes perdas. Que a energia e força do povo chileno nos inspire a barrar a agenda do governo por meio de muita luta. Não podem e não irão nos calar.

O dia do servidor público é uma importante data para que se faça uma reflexão sobre o nosso papel na sociedade. Estes projetos políticos que encorajam a adoção do estado mínimo e desprestigiam o funcionalismo, apenas caminham lado a lado com a precarização e retiram do cidadão o seu legítimo direito a serviços públicos de qualidade.

Servidores públicos, tenhamos orgulho de nossa categoria! O governo quer destruir os trabalhadores que servem à população com dedicação e excelência. Sigamos na luta, na certeza de que este governo passará, assim como outros passaram e os próximos passarão. Nós continuaremos aqui!

“Todos esses que aí estão
Atravancando meu caminho,
Eles passarão…
Eu passarinho.” (Mário Quintana).